Maria Quitéria

Postagem by Augusto Outubro - 25 - 2009

A maior heroína nas lutas pela independência do Brasil, na Bahia. Maria, ao ficar sabendo das movimentações sobre as lutas da independência, conseguiu uma farda do exército e se alistou para combater as tropas portuguesas. Participou de diversas batalhas e foi consagrada solenemente na chegada do exército à Salvador.

MQ

Joana Angélica

Postagem by Augusto Outubro - 26 - 2009

Abadessa no convento da Lapa, Joana tentou proteger os soldados brasileiros contra a invasão do convento, mas acabou sendo morta.

Adobe

Caboclo e Cabocla;

Postado por Duck - 26/10

Estas figuras simbólicas foram criadas para homenagear os batalhões e os heróis de 1823 que, pela bravura e coragem, lutaram pela liberdade do Brasil. A história conta que o povo resolveu fazer sua própria comemoração e, em 1826, levou uma escultura de um índio para representar as tropas, já que não poderia ser um homem branco, porque lembrava os portugueses, nem os negros que, na época, não eram valorizados. Vinte anos depois, a Cabocla foi incluída nas comemorações.

CC

Biografia de Maria Quitéria

Postado por Homo Sapien Sabichão On 07:53 0 comentários
Maria Quitéria de Jesus nasceu em Feira de Santana, em 1792. Era a filha mais velha de uma família que não viria a ter filhos do sexo masculino. Maria Quetéria ficou órfã de mãe aos 10 anos. Seu pai se casou outras duas vezes e teve três filhos nestes casamentos. Devido às limitações da época, Maria Quitéria não chegou a ir para escola. Apesar disso, provou-se bastante perspicaz, pois aprendeu sozinha a cavalgar e a portar armas.

O gênia de Maria Quitéria não agradava a sua madrasta. No entanto Maria Quitéria seguia uma vida relativamente normal e, no início da década de 1820 já estava noiva do lavrador Gabriel Pereira de Brito. Este casamento não vei a se realizar logo, já que em 1821 uma agitação tomava conta do Estado da Bahia. Vários movimento pró-independênica surgiam no Estado e as forças portuguesas aumentavam a repressão. Para fazer frente às tropas lusitana, uma junta do governo independente da Bahia rodou todo o Estado em busca de revursos, armas e pessoal para as lutas contra os portugueses. O pai de Maria Quitéria, por não ter filhos homens, não enviou nenhuma ajuda ao governo. Maria Quitéria pediu para se alistar as armas e participar das lutas. O pedido foi negado por seu pai, mas ela conseguiu o apoio de sua irmão e conseguiu se alistar ao exército, no destacamento de artilharia, como um homem de nome Medeiros.

Mesmo depois de descoberta, Maria Quitéria continuou a fazer parte das forças brasileiras devido às suas habilidades como soldado e à sua disciplina militar. Assim, Maria Quitéria teve papel ativo nas lutas pela Independência na Bahia, defendendo a Ilha de Maré, Itapoã e a Pituba. Após a vitória Brasileira, Maria Quitéria foi homenageada no Rio de Janeiro, pelo próprio Imperador ao receber a Condecoração Imperial Ordem do Cruzeiro. Ao voltar a Bahia, casa-se em 1835 com seu antigo noivo. Depois de viúva e já mãe de uma filha, Quitéria foi morar em Salvador, onde morrem em 1853.

O hino ao 2 de Julho

Postado por Homo Sapien Sabichão On 07:45 1 comentários
Letra: Ladislau dos Santos Titara
Música: José dos Santos Barreto

Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro

Nunca mais o despotismo
Referá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações

Cresce, oh! Filho de minha alma
Para a pátria defender,
O Brasil já tem jurado
Independência ou morrer.

Nunca mais o despotismo
Referá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações

Salve, oh! Rei das campinas
De Cabrito e Pirajá
Nossa pátria hoje livre
Dos tiranos não será

2 de Junlho

Postado por Homo Sapien Sabichão On 07:44 0 comentários
A comemoração do dia 2 de Julho é uma celebração às tropas do Exército e da Marinha Brasileira que, através de muitas lutas, conseguiram a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, em 1823. Neste dia as tropas brasileiras entraram na cidade de Salvador, que era ocupada pelo exército português, tomando a cidade de volta e consolidando a vitória.

Esta é uma data máxima para a Bahia e uma das mais importantes para a nação, já que, mesmo com a declaração de independente, em 1822, o Brasil ainda precisava se livrar das tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias. Então, pela sua importância, principalmente para os baianos, todos os anos a Bahia celebra o 2 de Julho. Tropas militares relembram a entrada do Exército na cidade e uma série de homenagens são feitas aos combatentes. Entre todas as comemorações, a do ano de 1849 teve um convidado muito especial. O marechal Pedro Labatut, que liderou a tropas brasileiras nas primeiras ofensivas ao Exército Português, participou do desfile, já bastante debilitado e sem recursos financeiros, mas com a felicidade de homenagear as tropas das quais fez parte.

Independência da Bahia

Postado por Homo Sapien Sabichão On 07:39 0 comentários
A declaração de independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as lutas da Conjuração Baiana.


No ano de 1821, as notícias da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.


As relações entre portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da independência, grupos políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão. No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da cidade se declarava fiel a Portugal.


Utilizando autoritariamente as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de maioria brasileira, no intituito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de 1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.


Nessa primeira onda de confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.


Durante as festividades ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de parte da população local.


Tomando outros centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.


O apoio popular a Dom Pedro I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.


As ações dos revoltosos ganharam maior articulação com a criação de um novo governo comandado por Miguel Calmon do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se organizavam pelo interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou cerca de 750 soldados sob a lideranaça do general francês Pedro Labatut. As principais lutas se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e metropolitanos abriram fogo uns contra os outros.


Devido à eficaz resitência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a chamada Independência da Bahia.

Soldados Medeiros

Postado por Homo Sapien Sabichão On 17:12 1 comentários
Pelos tropeiros chegam-lhe notícias do levante de Cachoeira, a Heróica, contra provocações de tropas portuguesas, a partir, sobretudo, do incidente com uma canhoneira que, fundeada na barra do Paraguaçu, alvejou a cidade. Emissários percorrem o sertão da Bahia à procura de voluntários e contribuições financeiras.


Contra a vontade paterna, Maria Quitéria sai de casa e, em roupas de homem, cedidas pelo cunhado José Cordeiro de Medeiros, marido de Teresa Maria, alcança Cachoeira, alista-se num regimento de artilharia e passa em seguida à infantaria. Ali, no Batalhão dos Voluntários do Imperador, também chamado Periquitos, e onde está, por sinal, um avô do poeta Castro Alves, o major José Antônio da Silva Castro, o pai de Quitéria vai descobri-la como que por acaso - mas não a convence a voltar para casa.
Mulher feita, legalmente emancipada, sabendo bem o que quer, Maria Quitéria consome-se de amor pela Pátria prestes a nascer. Assumindo a sua condição feminina, livra-se, por fim, dos constrangimentos da simulação. É, doravante, o soldado Medeiros, nome com que se apresentara à tropa. Os milicianos, a princípio ousados, aprendem a respeitá-la. Por baixo, aquele soldado de voz macia veste saias, mas é homem, na coragem, no trato, no companheirismo. Quitéria torna-se exemplo e, mais que isso, mascote da tropa interiorana de resist

Menina Levada

Postado por Homo Sapien Sabichão On 17:10 0 comentários
As Meras ou Parcas, entidades da mitologia greco-romana responsáveis pelo Destino, foram caprichosas com Maria Quitéria: teceram-lhe a vida em duas metades bem distintas. A primeira, clara e solar, cobre o período da infância e adolescência; a outra, obscura e trágica, começa no seu retorno da Corte, após a condecoração que lhe concede o Imperador Pedro I, por sua participação e bravura nas lutas da Independência da Bahia, que consolidaram a Independência do Brasil.

Infância mais ou menos feliz, marcada pelas correrias, caçadas de bodoque aos pássaros, cavalgadas em animais em pelo, no Sítio do Licorizeiro, perto de São José das Itapororocas, então pertencente à Comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, e em 1832 desmembrada para Feira de Santana.

Maria Quitéria nasce, provavelmente, em 1792. A casa era pequena, mas a planície larga convidava ao movimento do corpo instigado pelas maquinações do imaginário. Uma das três Parcas decidiu enredar-lhe logo os fios da vida. A morte da mãe, que se chamava Quitéria Maria, em 1803, vem tolher a vida despreocupada e folgazã da menina, forçando-a a cuidar dos dois irmãos menores.

O pai, Gonçalo Alves de Almeida, leva apenas cinco meses antes de convolar núpcias com Eugênia Maria dos Santos, que não lhe dá filhos e falece pouco depois. Com esta primeira madrasta Maria Quitéria não teve tempo de gerar atritos. Mas o terceiro casamento de Gonçalo, com Maria Rosa de Brito, cria tensões e hostilidades, porque a nova madrasta pretende opor um freio à vida independente da menina endiabrada e, ao mesmo tempo, acentuar-lhe a noção dos deveres domésticos. O pai forma segunda prole, mais numerosa, e a uma de suas meio-irmãs, Teresa Maria, a futura heroína do 2 de Julho baiano haverá de afeiçoar-se.
O lavrador Gonçalo prospera; não é de todo rude e destrambelhado. Muda-se para uma fazenda a Serra da Agulha, mais ampla, com uma casa-grande e terras mais produtivas. Cultiva algodão, cria gado. Mas a vida continua isolada, sua rotina só vem a ser quebrada pela passagem de viajantes ocasionais e conversas de tropeiros, a feira semanal, os passeios pelos campos, as missas. Admiradores masculinos, Maria tem muitos, porém não vê futuro nos compromissos insinuados.

Eu gostaria de entrar nua no rio

Postado por Homo Sapien Sabichão On 16:59 0 comentários
Eu gostaria de entrar nua no rio, caso estivesse no sítio do meu pai. Mas estou aqui entre homens, somos todos soldados, e o banho no Paraguaçu é forçado. Os portugueses de uma canhoneira bombardearam Cachoeira, então um bando de Periquitos, e entre eles eu e mais cinco ou seis mulheres, entramos no rio, de culote, bota e perneira, dólmen abotoado e baioneta calada.

Queríamos que os agressores desembarcassem para o combate em água rasa da margem. E eles vieram, aos brados. Traziam armas brancas. Alguns as mordiam com os dentes. O encontro deu-se num banco de areia, com água pela cintura. Senti quando a água fria subiu pelas pernas, abraçou as coxas e espalhou-se pelas virilhas.

Um toque frio, desagradável. Com o calor da luta, tornou-se morno. E houve um instante em que eu tinha água pelos seios. Senti que os mamilos se enrijeciam sob a túnica. Pensei outra vez no sítio, na rede em que costumava embalar-me. Ali tudo era cálido, os panos convidavam ao sono. Aqui, luta-se pela vida, pela nossa Cachoeira, pela Pátria.

Mas uma voz secreta me sopra que também luto por mim. Estou guerreando, sim, para libertar Maria Quitéria de Jesus Medeiros da tirania paterna, dos sofridos afazeres domésticos, da vida insossa. Ah, eu combato, com água no nível dos peitos, pela libertação da Mulher, pela nova Mulher que haverá de surgir.
Minha baioneta rasga o ventre de um português que não quer reconhecer a Independência do Brasil gritada, lá no Sul, pelo Imperador D. Pedro.
    .